Nos últimos artigos tenho mencionado que existe uma estreita relação entre a ciência da nutrição e a ciência psicológica, pelo que é importante em diversas situações juntarmos os conhecimentos de ambas as ciências para promovermos um tratamento especializado a quem mais precisa.
No artigo de hoje vou continuar a falar desta relação, mais especificamente na que existe entre a depressão e a alimentação. Ou será que neste caso não existe qualquer relação? Poderá encontrar a resposta a esta questão neste mesmo texto.
No entanto, vou começar por distinguir o conceito de depressão e tristeza, uma vez que, é comum a confusão entre estes dois conceitos.
Depressão vs Tristeza
O que é a depressão?
A depressão é uma doença psiquiátrica caraterizada por um estado de profunda tristeza, perda de interesse, alterações do apetite e do sono, sensação de cansaço, sentimento vazio e ainda oscilações de humor. Esta pode atingir qualquer pessoa, de qualquer idade e sexo. Embora exista uma maior prevalência no sexo feminino. Na depressão, os sintomas são constantes por várias semanas e influenciem o funcionamento adaptativo do sujeito. A depressão afeta os nossos pensamentos, sentimentos, comportamentos e perceções.
O que é a tristeza?
Já a tristeza é uma emoção que surge normalmente como uma resposta a uma situação desagradável. Geralmente dura apenas algumas horas (no máximo alguns dias) e não interfere de forma significativa na vida da pessoa, isto é, não afeta a produtividade do ser humano.
A sua relação “tóxica” com a alimentação!
Apesar das diferenças mencionadas anteriormente, posso afirmar que tanto uma como outra pode levar as pessoas a terem uma relação “tóxica” com a alimentação, uma vez que a comida pode ser uma ferramenta de prazer imediato, aliviando e compensando emoções negativas como as que se manifestam nos episódios depressivos. Isso ocorre porque queremos estabelecer novamente um equilíbrio pessoal interno. No entanto, esta estratégia pode atenuar momentaneamente os sintomas depressivos, mas a longo prazo não só será responsável por os agravar como também será responsável por aumentar o risco de várias doenças, como por exemplo, a obesidade.
Procure ajuda para tratar a relação entre a depressão e a alimentação?
Nos casos em que as pessoas comem apenas para tentar regular as suas emoções negativas o psicólogo tem um papel fundamental, pois este além de ajudar as pessoas a identificar os “gatilhos” emocionais, ajuda também a adquirir ou a melhorar as suas competências para controlar as emoções.
Contudo, o nutricionista também tem um papel importante, pois elabora o plano alimentar de modo a que a pessoa tenha uma alimentação saudável e equilibrada o que está na base do bem-estar físico e psicológico do indivíduo, contribuindo assim para a diminuição dos episódios depressivos.
6 Passos para Combater a Depressão
Neste artigo, já falei dos conceitos de depressão e tristeza e também da relação que as pessoas deprimidas podem ter com a alimentação. No entanto, a partir de agora vou mencionar de forma sucinta algumas ferramentas adaptativas que podem ser úteis para o tratamento da depressão.
1 - Pratique atividade física, comece por caminhar
Uma parte significativa da cura da depressão requer mudança de hábitos que contribuam para um estilo de vida mais saudável como, por exemplo, começar a fazer atividade física. A prática de atividade física é uma ótima aliada no combate à depressão, uma vez, que durante a prática são libertadas hormonas responsáveis pela felicidade como a endorfina (promove a sensação de bem-estar e o alívio de stress), a dopamina (gera um sentimento tranquilizante e contribui para a motivação) e a serotonina (responsável pela sensação de bem-estar, além de sensação de prazer).
2 - Mantenha uma vida social, não se isole
Manter uma vida social é também fundamental para conseguir lutar contra a depressão, normalmente, as pessoas deprimidas sofrem de falta de energia, mas devem de ser motivadas para, por exemplo, combinar saídas ocasionais com amigos e familiares. Estes encontros serão o suficiente para aliviar os sentimentos de tristeza e o desânimo, ambos sintomas caraterísticos dos episódios depressivos.
3 - Faça Meditação
Outra ferramenta que pode utilizar no combate á depressão é a prática de meditação. Esta além de reduzir a ansiedade combate também os pensamentos negativos. Bastam cinco minutos de meditação para sentir diferenças no seu dia-a-dia.
4 - Matenha-se ocupada, arranje um hobby
É importante também manter-se ocupado, por isso, ter um hobby, isto é um passatempo que goste é muito importante, porque o(a) vai ajudar a acordar mais cedo e mais motivado(a) para o realizar, o que pode ajudar a afastar os sentimentos e pensamentos negativos.
5 - Exercite a gratidão
Exercitar a gratidão pode também ser benéfico para combater a depressão, isto porque, frequentemente as pessoas depressivas têm dificuldades em se lembrar das coisas boas da vida. Através da gratidão estas podem direcionar a sua mente para os elementos positivos presentes na sua vida.
6 - Procure ajuda profissional
Por fim, tem sempre disponível a ajuda de profissionais especializados como por exemplo, os psicólogos que tem como objetivo ajudá-lo a adquirir estratégias uteis para lidar com os seus pensamentos e sentimentos negativos, tudo isto com base em técnicas e modelos empiricamente validados.
Espero que estas dicas tenham sido úteis para vos ajudar no combate à depressão.