O que é a Compulsão Alimentar?

Fique a saber tudo sobre a Compulsão Alimentar: em que consiste, quais os fatores que contribuem para a sua origem e como controlar.
compulsão alimentar o que é?

No artigo de hoje vou falar sobre um dos principais distúrbios do comportamento alimentar – a compulsão alimentar.

Certamente já ouviu falar sobre ela. Mas se não ouviu, não se preocupe, neste artigo vai ficar a saber tudo: em que consiste, quais os fatores que contribuem para a sua origem e manutenção e, ainda estratégias adaptativas para a poder controlar.

Vou então começar por caraterizar a compulsão alimentar. Como disse no início deste artigo, é um distúrbio do comportamento alimentar. Carateriza-se pela ingestão exagerada de alimentos, mesmo quando não está presente a fome física, isto é, a necessidade fisiológica de comer.

Normalmente, nos episódios de ingestão alimentar compulsiva a pessoa perde o controlo e acaba por ingerir grandes quantidades de comida num curto espaço de tempo.

Como identificar a Compulsão Alimentar?

Podemos dizer que uma pessoa apresenta este distúrbio quando apresenta três ou mais dos seguintes sintomas:

1. Ingestão dos alimentos muito mais rápida de que o comum

Este sintoma refere-se a comer a uma velocidade notavelmente acelerada, consumindo grandes porções de comida num curto espaço de tempo, muitas vezes sem pausas adequadas para mastigar ou saborear os alimentos. A pessoa pode sentir uma pressa intensa ao comer, mesmo quando não há pressão externa para o fazer.

2. Comer até se sentir desagradavelmente cheio

Este sintoma envolve a sensação de estar excessivamente cheio após uma refeição, ao ponto de desconforto físico. A pessoa pode ultrapassar os limites normais de saciedade, continuando a comer mesmo quando o corpo indica que já está satisfeito.

3. Ingestão de grandes quantidades de comida apesar de não sentir fome

Aqui, a pessoa consome grandes quantidades de comida mesmo na ausência de fome física. Este comportamento pode estar relacionado a impulsos emocionais ou psicológicos, como comer para lidar com emoções negativas, stress ou ansiedade.

4. Comer sozinho por se sentir envergonhado pela sua verocidade

Sentir vergonha em relação à própria alimentação é comum entre aqueles que sofrem de compulsão alimentar. Isto pode levar a comer escondido ou evitar comer em frente a outras pessoas devido à preocupação com a velocidade a que se come, tornando-se uma experiência solitária e repleta de culpa.

5. Sentir desgosto de si próprio, deprimido ou com grande culpabilidade depois da ingestão alimentar

Após um episódio de compulsão alimentar, é comum sentir remorso, tristeza ou uma sensação intensa de culpa. Estes sentimentos negativos podem levar a um ciclo prejudicial de autocrítica e deterioração da autoestima, contribuindo para mais episódios de compulsão.

Agora que já sabe em que consiste a compulsão alimentar e como a pode identificar vamos falar sobre quais são os principais fatores que contribuem para a sua origem e manutenção. Os fatores podem ser sociais, emocionais e psicológicos.

A compulsão alimentar e o estigma da sociedade

Em relação aos fatores sociais podemos dizer que os padrões de beleza impostos pela sociedade são em parte responsáveis, uma vez que, levam as pessoas a entrarem em dietas restritivas.

Todos os dias vemos na televisão ou ouvimos na rádio publicidade relacionada com dietas milagrosas ou produtos que o(a) ajudam a emagrecer muito rapidamente.

Este tipo de informação faz com que a sociedade fique obcecada com os padrões de beleza e comecem dietas restritivas que acabam por ter um efeito contrário ao que deseja, pois quanto mais restrita for a sua dieta maior é a probabilidade de ter compulsão alimentar.

Proibir a entrada de certos alimentos no organismo faz com que exista um impulso incontrolável quando esses alimentos ficam disponíveis e acaba por comer como se não houvesse amanhã.

Como é que as emoções negativas afetam este transtorno?

Quando falamos de compulsão alimentar temos também de falar dos fatores emocionais e psicológicos. Nestes casos, a ingestão compulsiva de alimentos pode estar a funcionar como uma estratégia errada de lidar com as emoções negativas como, por exemplo, ansiedade, tristeza, frustração ou raiva.

Ou seja, o alimento vai trazer à pessoa um conforto e aconchego momentâneo, mas pouco tempo depois será invadido por sentimentos de culpa e revolta consigo próprio por ter comido exageradamente sem ter fome.

O que fazer quando se tem compulsão alimentar?

Para terminar este artigo vou mencionar algumas dicas que pode utilizar no caso de compulsão alimentar:

  1. Procure ajuda profissional: Um profissional de saúde mental como o psicologo e um nutricionista especializado em distúrbios alimentares pode oferecer apoio, orientação e um plano personalizado para lidar com a compulsão alimentar. O ideal é o Programa de Emagrecimento Corpo e Mente que alia a nutrição e a psicologia.

  2. Terapia: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é eficaz no tratamento da compulsão alimentar. Ajuda a identificar padrões de pensamento e comportamento que desencadeiam os episódios compulsivos, ensinando técnicas para lidar com emoções negativas de forma mais saudável. Esta terapia é feita nas consultas de psicologia.

  3. Estabeleça hábitos alimentares regulares: Faça refeições regulares e equilibradas ao longo do dia para reduzir a compulsão alimentar. Evite pular refeições, pois isso pode aumentar a probabilidade de episódios compulsivos.

  4. Evite dietas restritivas: Restringir alimentos ou seguir dietas muito rígidas pode desencadear episódios de compulsão. Prefira uma abordagem equilibrada e saudável para a alimentação, com moderação e variedade.

  5. Aprenda a lidar com emoções: Identifique e desenvolva estratégias saudáveis para lidar com emoções negativas, como stress, ansiedade ou tristeza. Praticar mindfulness, meditação ou outras técnicas de relaxamento pode ajudar a reduzir a necessidade de recorrer à comida para conforto emocional.

  6. Construa um suporte social: Partilhar os desafios com pessoas de confiança ou participar em grupos de apoio pode ser muito benéfico. Ter um sistema de apoio pode fornecer encorajamento e compreensão durante o processo de recuperação.

  7. Exercício físico regular: Praticar atividades físicas pode ajudar a regular os níveis de stress, melhorar o humor e promover uma relação mais saudável com o corpo e a alimentação.

  8. Autoaceitação e compaixão: Trabalhar a autoaceitação e a compaixão consigo mesmo é crucial. Evite críticas severas e busque desenvolver uma atitude mais positiva em relação ao seu corpo e à sua alimentação.

Se começar a por em prática estas dicas e mesmo assim não conseguir ultrapassar esta perturbação do comportamento alimentar procure ajuda profissional e especializada. Dê o primeiro passo!

Objetivo do Programa

Desenvolvido para quem enfrenta desafios além do excesso de peso, como stress, ansiedade e compulsão alimentar, o programa integra abordagens nutricionais e psicológicas para equilibrar não só o peso, mas também o bem-estar emocional.

Desafios Emocionais e Controle Alimentar

Reconhece-se a dificuldade em manter o controlo alimentar em momentos emocionalmente desafiadores, destacando como as emoções influenciam os hábitos alimentares, destacando a importância de lidar com essas questões.

Abordagem Integrada de Acompanhamento

O programa funciona com a psicóloga e a nutricionista para oferecer um suporte que combina acompanhamento psicológico e nutricional em equipe, visando não apenas a perda de peso, mas também a gestão emocional durante o processo de emagrecimento para um bem-estar completo.

Olá

O meu nome é Ana Sousa, sou nutricionista e acredito que a alimentação saudável traduz-se num estilo de vida que promove o nosso bem-estar físico e psícologico e que a melhor maneira de garantir saúde e bem-estar não é a partir de dietas, mas pela adoção de bons hábitos a partir da reeducação alimentar.

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