Ao longo dos últimos meses tenho vindo a falar várias vezes da ligação existente entre as emoções e a alimentação. Hoje, não é exceção e vou falar sobre o conceito de fome emocional, o qual ainda não é muito explorado em Portugal. O principal objetivo deste artigo será explicar-lhe o que é a fome emocional, como a pode distinguir de fome física e ainda dar-lhe algumas estratégias de como a pode combater.
Ter fome é diferente de ter vontade de comer
Como, por vezes, existe dificuldades em distinguir fome emocional de fome física, vou começar este artigo com uma explicação simples do que é a fome emocional e a fome física, bem como alguns pontos que deve ter em atenção para distinguir estes dois tipos de fome no seu dia-a-dia.
O que é a fome emocional?
A fome emocional ocorre quando sentimos vontade de comer para preencher um vazio, ou seja, é uma resposta a determinadas emoções, na maioria das vezes, negativas como por exemplo, tristeza, ansiedade, raiva ou revolta.
Nestas situações, optamos por comer normalmente alimentos específicos e muito calóricos como por exemplo, doces, bolachas e chocolates. Este tipo de fome é considerado uma tentativa de aliviar momentaneamente os sintomas desconfortáveis resultantes das emoções negativas. Mas, nem tudo é um “mar de rosas” pois a satisfação momentânea dá lugar após alguns minutos a sentimentos como a frustração e revolta.
Ao contrário da fome emocional a fome física é considerada uma necessidade fisiológica e não há necessidade de ingerir alimentos específicos. O seu principal objetivo é fornecer energia ao nosso corpo.
Como distinguir fome ou vontade de comer?
Existem alguns “sinais” aos quais deve estar atento(a). Por exemplo, a fome física aparece gradualmente e você consegue esperar alguns minutos até ter algum alimento para comer enquanto que a fome emocional aparece subitamente, sendo que o consumo tem de ser no imediato.
Por outro lado, enquanto que a fome física não desaparece quando realiza uma atividade (por exemplo, caminhar) a fome emocional acaba por desaparecer ao fim de alguns minutos. Por fim, outra forma de diferenciar fome física de fome emocional está relacionado com a saciedade.
Na fome física, quando perceciona que está saciado(a), consegue parar de comer ficando com uma sensação de bem-estar, mas isso não acontece na fome emocional.
Dicas para identificar e controlar a fome emocional
1º – Reflita sobre o seu dia | Tenha um diário alimentar
A primeira dica, é sem dúvida, tentar identificar qual a emoção que está por detrás desta vontade súbita de comer. Para isso, pode fazer uma reflexão de como foi o seu dia. Foi um dia stressante? Ou triste? Pode ser útil a realização de um Diário Alimentar, isto é, registar o que come ao longo do dia e como se sente em cada uma das refeições. Assim, mais tarde quando olhar para o seu registo vai ser mais fácil identificar a emoção que o(a) leva a compulsão alimentar.
2º – Diga não às dietas Restritivas
É importante ainda que não faça dietas restritivas, isto é, dietas em que há alimentos proibidos, pois isso vai aumentar ainda mais a necessidade de ingerir certos alimentos. Por isso, consultar um nutricionista pode também ser fundamental, uma vez que, juntos irão criar um plano alimentar específico ao seu caso. Seguindo o plano alimentar vai comer de acordo com o seu objetivo.
3º – Pratique atividade Fisica
Por fim, mas não menos importante, temos a realização de atividade física, a qual é uma forma saudável de lutar contra a sua ansiedade. Não tem de começar a fazer a maratona. Comece pelo básico como caminhar.
4º - O mais importante - PROCURE AJUDA!
Uma das melhores formas de aprender a controlar a sua fome emocional é através do acompanhamento psicológico, uma vez que, nestas situações o psicólogo o(a) ajudará a identificar todos os gatilhos que despoletam os episódios de compulsão alimentar.
Para além disso, vai ensinar-lhe também estratégias adaptativas de regulação emocional, para que não necessite de recorrer a comportamentos alimentares disfuncionais quando está a sentir emoções ou sentimentos negativos. Comer vai deixar de ter a importancia no controlo sentimental que pode ter habitualmente.
O papel do psicólogo passará também por ajudá-lo(a) a aumentar a sua consciência sobre como está a utilizar a comida para controlar as emoções.
Em forma de conclusão, quero dizer-lhe o seguinte: cada caso é um caso e por isso, o acompanhamento multidisciplinar, isto é, psicologia e nutrição pode ser o mais benéfico, daí que lhe disponibilizamos o nosso Programa Corpo e Mente, um programa que inclui quer consultas de psicologia quer de nutrição para um tratamento mais personalizado ao seu caso.
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Psicologia + Nutrição
4 Semanas
O Programa de Emagrecimento Corpo e Mente foi desenvolvido especialmente para pessoas que enfrentam não apenas o desafio do excesso de peso e o consumo de alimentos, mas também lidam com questões como stress, ansiedade, compulsão alimentar e depressão.
Sabemos que emagrecer de forma saudável envolve ter controle sobre as nossas ações e hábitos alimentares. No entanto, quando estamos perante um momento emocionalmente desafiador, pode ser extremamente difícil manter esse controle.
É por isso que criamos este programa de emagrecimento em colaboração com a psicóloga Eduarda Figueiras. Aqui, oferecemos uma abordagem integrada que combina acompanhamento psicológico e nutricional em equipa.